Satélite da NASA estima maior chuva no mundo nas últimas 24 horas sobre o Rio Grande do Sul, registrada no dia 8 de outubro....
As prefeituras de Antônio Prado e Ipê decretaram situação de emergência e aguardam a homologação pela Defesa Civil. Antônio Prado tomou a decisão ainda no final de setembro. Já o município de Ipê, de acordo com o Prefeito Valério Marcon, os índices necessários para o decreto não haviam sido atingidos.
Porém, o excesso de chuvas dos últimos dias, quando o satélite da NASA estimou maior chuva no mundo nas últimas 24 horas do dia 8 sobre o Rio Grande do Sul, ultrapassou o percentual necessário de comprometimento para que a situação atingisse Situação de Emergência. Índices de chuva que ultrapassaram 270 mm em três dias, o equivalente a chuva de dois meses, fizeram com que a Coordenadoria da Defesa Civil se reunisse ontem (09) para preparar a documentação e realizar o decreto. A solicitação será enviada à Defesa Civil do estado para homologação.
De acordo com o Secretário da Agricultura, Valdir Bueno, as perdas na agricultura são bastante preocupantes. “Estamos tendo prejuízos na fruticultura, no setor leiteiro, esse que é para o produtor uma renda mensal, que o mantém no campo”, lamenta Bueno. Para o Secretário, a administração esta focada em fazer a avaliação desses prejuízos, e dentro das possibilidades esta auxiliando os agricultores.
Se homologado o decreto, agricultores que tiveram perdas devido as adversidades climáticas poderão de acordo com a Normativa 01 do Ministério das Cidades, Lei nº 1.268 da Política Nacional da Defesa Civil, poderão renegociar dividas junto bancos. A prefeitura e a Defesa Civil terão prazo de cinco dias para reunir documentos, por isso o decreto só será assinado na terça-feira (13).
Desde a quarta-feira (7) o transporte escolar vem sendo prejudicado, impedindo alunos de frequentar a escola. Residências do interior, com o transbordo dos rios, ficaram isoladas, vários pontos estão com bueiros e estradas obstruídas. Na estrada da localidade de São Roque, que liga a Capela de São Francisco, são mais de 200 metros de estrada alagada.
O Prefeito Valério Marcon agora pretende, através do decreto, buscar recursos para sanar os problemas de deslizamento de terra e da rede pluvial. O prefeito revela que já esta de posse de um laudo elaborado pela Defesa Civil, pelo Conselho de Agricultura e Meio Ambiente e pelo Engenheiro Mateus Marin, que estima um investimento com valores que chegam a cifra de R$ 1 milhão. “Nós precisamos de uma visão futura, precisamos programar o município para 50 a 100 anos, precisamos concluir a canalização do rio Leão. Direcionar a rede pluvial para uma segunda bacia de captação. Para os loteamentos e bairros que estão surgindo, devemos dar um novo destino à água”, projeta o prefeito.
No centro, acesso para o antigo acampamento do DAER, o aterro da Rua Sete de Setembro ameaça deslizar sobre residências e sobre o asfalto da estrada Júlio de Castilhos, próximo ao cemitério. Parte do aterro já atingiu a piscina e um quiosque de uma casa. Uma grande rachadura surgiu no calçamento da rua, o que caracteriza que, caso persista a chuva, o aterro pode vir abaixo. O coordenador da Defesa Civil, Valdir Bueno, já solicitou ao Corpo de Bombeiros para que faça o isolamento da área e vai solicitar à família que deixe o local da área de risco. “Nós já fizemos um trabalho de recuperação, corrigimos a rede antiga que estava com tubos de um diâmetro muito pequenos, para outros de metro, com uma vasão estimada para o momento, mas as chuvas mostraram que é necessário reformular ainda mais, pois o local recebe um volume de água muito grande”, conclui o prefeito Marcon. Ainda de acordo com o prefeito, no local foi feito uma compactação de qualidade no aterro, mas será necessária a construção de uma nova cisterna para receber a água e aumentar também a capacidade de captação das bocas de lobo.
Já na propriedade do senhor Valdomiro Stédile, na Linha Pain, onde no dia 20 de setembro foi constatada uma rachadura na encosta e uma movimentação de terra, a situação se tornou mais crítica, passando a ser uma área de grande risco. Na ocasião, dois dias após a constatação do fato, por recomendação técnica, a prefeitura abriu uma vala para escoamento da água, o que não deu resultados. Na quinta-feira (8), a terra voltou a ceder, aumentando as rachaduras. A família Stédile já foi orientada deixar a residência.
Para o Engenheiro de Minas, Fábio Boff, o deslizamento da encosta é uma questão de pouco tempo, pois segundo ele, a rocha já está sendo lubrificada pela infiltração da água.
Fonte: Ronei Marcilio - Grupo Solaris de Comunicação