Os desafios das cidades no século 21 foi o tema do painel do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, no Seminário dos Novos Gestores. O evento promovido pela Famurs acontece entre os dias 6 e 8 de fevereiro, em Porto Alegre ...
Promover a educação ambiental, desenvolver soluções eficientes de transporte coletivo e cooperar pela recuperação de áreas degradadas serão grandes desafios para os gestores municipais nos próximos anos. Contudo, enquanto se projetam ações sustentáveis como essas, os prefeitos também trabalham para resolver demandas urgentes da população como a ampliação da oferta de vagas em creches, a qualificação do atendimento nos postos de saúde e a solução das questões relacionadas à coleta, tratamento e destinação final do lixo.
Os desafios das cidades no século 21 foi o tema do painel do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, no Seminário dos Novos Gestores. O evento promovido pela Famurs acontece entre os dias 6 e 8 de fevereiro, no centro de convenções do hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre (Av. Alberto Bins, 509). O objetivo do encontro é apresentar aos novos gestores a função do município no contexto do sistema federativo, incluindo direitos e obrigações.
Gestor da capital gaúcha, Fortunati comentou a um público variado de prefeitos as dificuldades de administrar a maior cidade do Estado. Destacou que a tragédia de Santa Maria gerou uma incontrolável onda de revolta na sociedade contra inoperância da administração pública municipal na fiscalização de casas noturnas, mas lembrou que, contraditoriamente, a população criticou-o quando a prefeitura realizou uma ação preventiva que resultou na interdição de 32 estabelecimentos irregulares em 2012. "Diziam que eu queria acabar com a alegria", recordou.
O prefeito de Porto Alegre classificou a saúde pública como o principal desafio da sua gestão. Afirmou que tem investido no setor um valor maior do que o estabelecido pela lei: cerca de 21% das receitas, enquanto a obrigação é apenas 15%. Criticou o governo do Estado por, historicamente, descumprir a Nova Lei da Saúde (Lei Complementar 141/12), que exige do Piratini um gasto mínimo de 12%. "O governo do Estado nunca ultrapassou os 4% de investimento na área da saúde. E onde isso cai? No colo do prefeito", lamentou Fortunati.
Por último, entrou em pauta o debate sobre a cobrança de impostos, tema que gera impopularidade aos prefeitos. Fortunati enfatizou que fugir dessa discussão "é um grande erro". Justificou que a população, por vezes, é incoerente nas suas reivindicações. "Os mesmos que cobram a redução dos tributos são aqueles que exigem a melhoria dos serviços públicos, mais obras e a ampliação dos investimentos. Esta é uma equação impossível de ser resolvida", completou.